Desde
os primeiros dias das tecnologias de reconhecimento da íris, tem
sido assumido que a íris é um
dado biométrico "estável"
ao longo da vida de uma pessoa.
"
Uma recolha de amostra para a vida"
No
entanto, nova pesquisa de
Investigadores da Universidade de Notre
Dame descobriu que o registo
biométrico da íris é suscetível a um processo de envelhecimento que causa a
degradação do desempenho da
identificação biométrica com o passar do tempo.
“A comunidade biométrica há muito tempo que aceitou que não existe um 'efeito
modelo de envelhecimento
" para o reconhecimento de íris,
o que significa que, desde o momento de registo num sistema de reconhecimento
de íris, as probabilidades de ocorrer
um erro de falso negativo na correspondência permanecem constantes ao longo do tempo", afirmou Kevin
Bowyer, da Universidade de Notre Dame.
Este
aspeto foi, por vezes, expresso como ‘uma
única recolha
para a vida’.
Os
resultados experimentais mostram que,
na realidade, a taxa de falsos negativos aumenta com o tempo decorrido desde a
recolha, o que significa que a ideia formada de uma única recolha para a vida é incorreta.
A
taxa de falso positivo é a forma como
muitas vezes o sistema diz que duas imagens são uma identificação quando na verdade elas são provenientes de
pessoas diferentes.
A
taxa de falso negativo é a forma como muitas vezes o sistema diz que duas imagens não
são correspondentes quando na verdade elas são originadas pela mesma pessoa.
Bowyer observou
que há várias razões que
justificam a persistência dos equívocos sobre a
estabilidade biométrica da íris.
Uma
das razões é porque se acreditava que não existia o efeito de envelhecimento da amostra pelo que ninguém se preocupou
em confirmar este conceito.
Por
outro lado, apenas recentemente os investigadores tiveram acesso a bases de
dados com amostras de íris recolhidas durante um período de tempo maior.
O
efeito do envelhecimento da amostra
foi igualmente referido noutro estudo muito recente.
No
seu estudo, Boyer estudou as alterações ocorridas na amostra num período de
três anos.
Foi
assinalado que a íris já é utilizada em muitos aeroportos e em controlos de
fronteiras, incluindo os aeroportos de Londres e de Amesterdão e o controlo de
fronteiras nos Emirados Árabes Unidos e que provavelmente a sua maior aplicação
ocorre na Índia, que já procedeu a recolhas de íris a mais pessoas do que as
que vivem no Reino Unido.
Apesar
dos resultados obtidos, Boyer não os considera como sendo negativos para as
tecnologias de reconhecimento da íris.
Não
encaro estes resultados como um grande problema para o crescimento dos sistemas
de segurança.
Quando
admitirem que existe um efeito de
envelhecimento nas amostras recolhidas, haverá certamente uma forma de
solucionar o problema.
Uma
possibilidade é estabelecer intervalos para novas recolhas das amostras.
Outra
possibilidade é proceder a nova recolha sempre que uma pessoa seja reconhecida.
Finalmente,
dentro de algum tempo, os investigadores deverão desenvolver novas metodologias
de recolha que impeçam os efeitos que actualmente existem.
Esta
questão do envelhecimento da amostra da íris só é um problema para aqueles que, por alguma razão, se recusam a
aceitar que o efeito existe.
Daqui.