Um caso frio
é apenas isso: uma investigação
de um crime, geralmente violento,
onde todas as pistas foram esgotadas e a pista esfriou.
Mas nos últimos anos, o uso de várias tecnologias começou a aquecer muitos desses casos, descobrindo novas pistas para os investigadores e proporcionando justiça às vítimas.
Um exemplo de tecnologia que imediatamente nos vem
à mente é a pesquisa automatizada de impressões
digitais, mais precisamente, as pesquisas de impressões digitais latentes de violentos
agressores desconhecidos deixados
no local do crime.
Sistema Integrado de Identificação Automatizada de Impressões Digitais do FBI (IAFIS), que contém registos de aproximadamente
73 milhões de indivíduos criminosos,
é diariamente utilizada pelas forças policiais nacionais e
internacionais para os casos atuais, mas cada vez mais, para obter ajuda na resolução de casos frios.
E uma vez por ano, Bureau’s Criminal Justice
Information Services Division dá reconhecimento a um
caso grave resolvido
com a ajuda de IAFIS.
O Prémio Latent Hit de 2012 foi entregue o mês
passado a dois profissionais do Omaha Police
Department - ao Detective Douglas Herout
e a Senior Crime Laboratory Technician Laura Casey – pelos seus esforços na
identificação do autor de um homicídio brutal cometido há mais de 30 anos.
O Crime
Em 1978, Carroll Bonnet
de 61 anos de idade foi mortalmente esfaqueado no seu apartamento.
A Polícia recolheu
indícios, incluindo vestígios lofoscópicos digitais e palmares da casa de banho
(a polícia acreditava que o autor do crime tinha tentado lavar o sangue e
outros indícios antes de abandonar o apartamento).
O veiculo da vítima foi
levado.
A Investigação
O veiculo foi encontrado
em Illinois, mas apesar de terem sido recolhidos vestígios lofoscópicos
adicionais, os investigadores não obtiveram outras provas.
Os vestígios foram
processados e pesquisados nas bases de dados de impressões digitais local e
estatal.
Os vestígios foram
igualmente enviados para outros estados mas as pesquisas efectuadas não tiveram
sucesso.
Sem pistas adicionais, o
caso esfriou.
No final de 2008 o
Departamento de Polícia de Omaha recebeu um pedido sobre o caso, o que levou
Laura Casey a efectuar pesquisas dos vestígios no IAFIS (que em 1978 não
existia).
Em menos de cinco horas,
o IAFIS devolveu uma lista de possíveis candidatos para fins de comparação.
Casey demorou alguns
dias a examinar cuidadosamente as impressões digitais e concluiu ter obtido uma
identificação positiva – Jerry Watson, que estava preso no Illinois por furto.
O caso foi oficialmente
reaberto e distribuído a Doug Herout da brigada que trata dos casos frios.
Trabalhando com os
peritos do laboratório, Herout reviu as provas iniciais existentes no caso, incluindo
um panfleto publicitário com “Jerry W.” manuscrito numa das páginas.
Herout descobriu também
que Jerry Watson tinha vivido apenas a alguns quarteirões do local onde o
veículo da vitima tinha sido encontrado.
Esta descoberta foi
mesmo a tempo – Watson estava a poucos dias de sair da cadeia.
Herout foi ao Illinois
para interrogar Watson e apresentou-lhe um mandado para a recolha de uma
amostra de ADN.
Análises subsequentes
concluíram que o ADN de Watson correspondia ao ADN recolhido no local do crime,
uma descoberta que – combinada com a identificação das impressões digitais de
Watson – resultou na acusação e condenação por homicídio.
No dia 17 de Outubro de
2011 – 33 anos depois da descoberta do cadáver de Bonnet – o seu assassino foi
condenado a prisão perpétua.
Este caso é apenas um
exemplo do papel vital da tecnologia no retirar criminosos perigosos das nossas ruas.