Identificados os genes para o formato do rosto humano
Compreender os
genes que determinam a forma
facial humana poderá um dia
fornecer informações valiosas sobre a
aparência da pessoa usando apenas
o seu ADN.
A descoberta de cinco genes envolvidos na forma facial pode ter aplicações em ciência forense, dizem os autores do estudo.
Virtualmente,
nada se sabia sobre os genes responsáveis pela forma facial
em seres humanos.
O estudo
incidiu em quase 10.000 pessoas e foi publicado em Plos Genetics.
O autor
Manfred Kayser, da Erasmus
University Medical Center em Roterdão,
na Holanda, disse: "Estes são os primeiros resultados excitantes que marcam o
início da compreensão genética da
morfologia facial humana”.
"Talvez dentro de algum tempo,
seja possível traçar um retrato
simulado de uma pessoa apenas a partir do seu ADN,
o que fornece aplicativos interessantes,
nas cisências forenses."
Os investigadores usaram a
ressonância magnética (RM) da cabeça das pessoas em conjunto com retratos
fotográficos para mapear pontos de referência faciais, a partir da qual foram
estimadas distâncias faciais.
Eles, então, realizaram o que é conhecido como um estudo de associação do genoma, que é concebido para procurar pequenas variações genéticas que ocorrem com mais frequência em pessoas com determinados tipos faciais.
O Professor Kayser e os seus
colegas identificaram cinco genes associados com formas faciais diferentes - PRDM16,
PAX3, TP63, C5orf50, e COL17A1.
Estas
associações, representam a probabilidade de um determinado formato de rosto poder ser estimado, e um mapeamento completo
do ADN para-retrato ainda permanece uma perspectiva remota.
Mas este
estudo em conjunto com descobertas
recentes que sugerem que o ADN pode também ser
usado para predizer o cabelo e
cor dos olhos, e um outro estudo de 2010, em que a idade pode vir a ser
inferida a partir de amostras de sangue, a ciência forense poderá vir a incluir um conjunto de novas
e poderosas ferramentas à análise de ADN.
Daqui.
FBI lança projecto de reconhecimento facial
O programa Next Generation Identification vai
incluir uma base nacional de face de criminosos e outros marcadores biométricos
“O
Reconhecimento facial é agora”, declarou em Julho, Alessandro
Acquisti do Carnegie Mellon University de Pittsburgh num depoimento feito
perante o Senado dos Estadios Unidos.
Assim parece.
Como parte da actualização da base
nacional de impressões digitais, o FBI iniciou a implementação do
reconhecimento facial na identificação de criminosos.
Está integrado no muito aguardado Programa Next
Generation Identification (NGI) que o FBI lançou, num valor de 1 bilião de
dólares e que irá igualmente incluir a íris, análise de ADN e identificação da
voz.
Desde Fevereiro que, numa fase piloto, vários dos
Estados Americanos já iniciaram a carregar as suas fotografias sendo estimado
que a sua implementação a nível nacional ocorra em 2014.
Adicionalmente ao carregamento dos clichés
fotográficos, fontes oficiais do FBI indicaram que estão entusiasmados por rastrear um suspeito escolhendo
o seu rosto na multidão.
Outra aplicação pode ser o seu
reverso, isto é, imagens de uma pessoa de interesse policial recolhidas por
câmaras de segurança ou fotos carregadas na internet podem ser comparadas com o
repositório nacional de imagens administrado pelo FBI.
Um algoritmo poderá realizar uma
pesquisa automática e devolver uma lista de potenciais Hits que podem ser
organizados por um operador do sistema e utilizados como pistas possíveis numa
investigação.
Idealmente, estes avanços
tecnológicos vão permitir às autoridades policiais a identificação de
criminosos de forma mais precisa e possibilitarem detenções mais rapidamente.
Mas os
defensores da privacidade estão preocupados com a abrangência dos planos do FBI.
Eles estão preocupados que
pessoas sem antecedentes criminais, que são capturados na câmara ao lado de uma
pessoa de interesse possam acabar numa
base de dados federal, ou
sujeitos a uma vigilância injustificada
A base de dados de fotografias
pesquisáveis utilizada nos testes piloto apenas incluem criminosos já
referenciados.
Mas, da leitura do projeto NGI,
não resulta claro se a situação se mantém quando o sistema estiver totalmente
carregado e operacional ou se poderão vir a ser incluídas fotografias de não
criminosos afirmou Jennifer Lynch da Electronic Frontier Foundation.
O FBI não partilhou os detalhes do algoritmo que
está a utilizar, mas a sua tecnologia pode ter muita precisão se aplicada a
fotografias recolhidas em condições controladas como os passaportes ou os
clichés fotográficos das polícias.
Testes realizados em 2010 mostraram que num
universo de 1,6 milhões de fotografias, os melhores algoritmos conseguem
escolher acertadamente alguém em 92 % das vezes.
Não é preciso que, na fotografia, alguém esteja a
olhar directamente para a câmara para conseguir obter uma correspondência com um
cliché fotográfico.
Existem algoritmos que conseguem analisar
características de um conjunto de vista lateral e frontal das fotografias de
polícia, criar um modelo 3D do rosto, rodá-lo até 70 graus para obter o ângulo
de visão da fotografia em análise e fazer corresponder a nova imagem a 2D com
um apreciável grau de fidelidade.
As imagens mais difíceis de reconhecimento são
aquelas que foram obtidas com pouca luminosidade. Estas imagens podem ser
melhoradas recorrendo a técnicas de infravermelho mas o equipamento ainda está
muito caro.
O FBI já
fez uma parceria com entidades emissoras
de cartas de condução estaduais
para a comparação de fotos.
Jay Stanley da American Civil Liberties Union
aconselha precaução. “Quando estas bases começarem
a conectarem-se à base de dados do FBI, será o equivalente a uma base
fotográfica nacional”