John Dillinger (June 22, 1903–July 22, 1934) foi um dos criminosos mais conhecidos da história americana, e foi muitas vezes glorificado pela imprensa americana pela ousadia nos assaltos a bancos e nas emocionantes fugas da prisão.
Ele esteve em actividade nos anos 20 e 30, durante a Grande Depressão e foi idolatrado por muitos como o moderno Robin dos Bosques porque ele roubou as instituições que eram vistas como as responsáveis pelos infortúnios e sacrifícios do povo americano
A mística que rodeava Dillinger era tão cativante que as pessoas muitas vezes se esqueciam que ele foi o responsável por 10 homicídios, incluindo um polícia e vários inocentes transeuntes e que deixou um rasto sangrento atrás de si.
A “carreira” criminosa de Dilinger incluiu 11 roubos com arma de fogo em bancos em todo o Centro do País, tendo roubado mais de 300.000 dólares e três fugas espectaculares da prisão.
A primeira fuga foi em Ohio e a segunda de Crown Point, onde estava preso na sequência de um assalto a um banco em que foi morto um polícia. Utilizou uma réplica em madeira de uma arma de fogo, levou um carro da policia e fugiu para Chicago.
Com esta acção quebrou leis federais e ficou sob a alçada do FBI.
Dillinger escapou de muitas operações do FBI, incluindo um incidente no Wisconsin em que o FBI feriu três inocentes, um dos quais viria a falecer.
Quando J. Edgar Hoover declarou John Dillinger o primeiro Inimigo Público nº 1, a sua fama tomou um novo significado e o seu nome e cara tornou-se reconhecida em todos os locais do País.
Sendo uma figura pública facilmente identificada, Dillinger virou-se para a cirurgia plástica para alterar a sua identidade e escapar ao FBI e restantes entidades policiais.
Nesses dias, a cirurgia plástica não era tão comum como actualmente e os procedimentos médicos eram primitivos, perigosos, dolorosos e demorados.
Dillinger submeteu-se a vários processos cirúrgicos, alguns com sucesso e outros fracassados mas no final a sua aparência apenas tinha sido ligeiramente alterada.
Depois de uma alteração cirúrgica cujo resultado tinha sido desanimador, um dos médicos sugeriu que a remoção das suas impressões digitais era uma forma de escapar e de evitar ser localizado.
Dillinger gostou da ideia e decidiu submeter-se ao doloroso processo de obliterar as suas impressões digitais.
Não foi o primeiro criminoso a ter esta ideia. Em 1933, “Handsome Jack” Klutas tinha tentado destruir as cristas papilares, mas tinha falhado.
Em 1934, “Handsome Jack” Klutas foi morto pela Polícia de Chicago e o FBI. Quando os peritos iam recolher as suas impressões digitais para confirmar a identidade, verificou-se que as cristas papilares estavam demasiado sumidas para a recolha.
Ainda circulou a notícia que um criminoso tinha conseguido remover as impressões digitais, mas o estudo realizado aos dedos do cadáver demonstrou que apesar de a pele ter sido raspada, novas camadas da pele estavam a ser formadas no exterior das feridas e
Dois membros do gangue de Kate “Ma” Barker, conhecidos assaltantes de bancos e assassinos, também decidiram remover as suas impressões digitais, tendo contratado um médico para realizar as operações.
O médico não tinha experiência nesta operação e golpeou e cortou repetidamente os dedos dos gangsters, até que eles não suportaram a dor infligida.
As feridas demoraram dois meses a sarar, mas quando os seus dedos finalmente sararam, os gangsters constataram que as impressões digitais tinham retomado as formas anteriores.
Pouco tempo depois, uma noite, o médico foi levado para um barco e nunca mais foi visto.
Hoover, director do FBI, estava consciente destas tentativas que vários criminosos estavam a fazer e ficou preocupado com o facto de poderem ter sucesso.
Assim, solicitou um relatório a vários dermatologistas e cirurgiões onde fosse analisada a probabilidade de sucesso de alguém conseguir remover as suas impressões digitais.
As conclusões apresentadas em 1934, apresentadas por Howard L. Updegraff, médico com muita experiência, afirmam que a única forma de remover as impressões digitais de forma permanente seria a realização de enxertos de pele de outras partes do corpo e coloca-las nas pontas dos dedos.
Dillinger no entanto decidiu ir pelo caminho mais directo e queimou as pontas dos dedos com ácido.
O procedimento parecia ter tido sucesso.
Alguns meses mais tarde, Dillinger foi morto em Chicago por agentes do FBI e apesar de ter as pontas dos dedos muito danificadas as cristas papilares ainda eram visíveis,
Na história americana muitas pessoas tentaram iludir as autoridades através da destruição das suas impressões digitais, mas sem sucesso.
De facto, destruir as pontas dos dedos não impede a sua identificação pelas impressões digitais. As palmas também possuem cristas papilares e podem ser comparadas e identificadas.
Por outro lado, provocar feridas nos dedos, resulta muitas vezes que a sua identificação é mais simples porque os padrões provocados pelas cicatrizes são igualmente específicos e mais raros quando comparados com a população em geral.