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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Robert Phillips

Em 1934, uma comissão criada pelo FBI, vide John Dillinger , coordenada por Howard L. Updegraff, médico com muita experiência, concluiu que a única forma de remover as impressões digitais de uma forma permanente seria através de enxertos de pele retirados de outras partes do corpo e colocá-los por cima das pontas dos dedos.

Sete anos depois, foi exactamente isto que Robert Phillips fez.

Após o cumprimento de pena de prisão por furtos e roubos com arma de fogo a bancos, Robert saiu de Alcatraz.

Cometeu uma série de crimes, incluindo sequestros, e foi detido em Miami por roubo.

Por falta de provas, foi libertado pouco depois.

Em 1941, solicitou a um médico que lhe removesse as impressões digitais.

Este médico, alertou Robert que o corte e raspagem da pele não era uma solução fiável. A única solução, morosa e muito dolorosa, seria retirar alguma pele do peito e enxertá-la nas pontas dos dedos.

Robert concordou e submeteu-se à dolorosa intervenção cirúrgica.

Com uma faca, o médico "descascou" a pele da ponta dos dedos da mão direita de Robert e colocou-as por baixo da pele do peito e que tinha sido previamente levantada.

Três semanas depois, quando verificou que a pele do peito tinha aderido completamente aos dedos, a mão foi separada do peito.

A técnica tinha resultado. Nas pontas dos dedos estavam agora remendos de pele lisa e macia, não mostrando os característicos desenhos que as cristas papilares produzem.

O médico repetiu a intervenção cirúrgica com os dedos da mão esquerda.

Durante seis semanas Robert tinha passado por um procedimento médico extremamente doloroso mas quando terminou ficou muito satisfeito com o resultado obtido.

No entanto, pouco tempo depois, em Outubro de 1941, foi mandado parar na operação de trânsito.

Identificou-se como Roscoe Pitts.

Não apresentou carta de condução ou qualquer outro documento de identificação. A polícia deteve-o para identificação.

Quando o Perito lhe recolheu as impressões digitais, constatou que os desenhos dermopapilares dos dedos estavam ausentes.

Contudo, eram visíveis cristas papilares nas partes laterais dos dedos e nas outras falanges.

O formulário com as impressões digitais foi enviado para o FBI sob o nome de Roscoe Pitts.

Entretanto, noutro ponto do país, a Polícia, no decurso das investigações, tinha identificado Robert como suspeito da prática de um crime de sequestro.

Uma namorada informou a Polícia que, depois daquele crime, ele tinha partido para New Jersey com o objectivo de conseguir remover as suas impressões digitais.

A polícia não demorou muito a localizar o médico, que também ele já tinha estado preso.

O médico identificou a fotografia de Roscoe Pitts como sendo Robert Phillips.

Os peritos compararam as impressões digitais das fichas de Roscoe Pitts e de Robert Phillips e conseguiram identificá-las entre si e afirmar que se tratava da mesma pessoa.

Estando identificado, foi enviado para o Estado onde tinha ocorrido o caso do sequestro, foi julgado e condenado.

Embora tenha sido apanhado e identificado pelas impressões digitais, Robert teve sucesso na remoção das impressões digitais.

Se a polícia não o tivesse identificado por outros meios, ninguém saberia que deveria comparar as impressões digitais de Roscoe Pitts com as de Robert Phillips.