Pesquisar neste blogue

segunda-feira, 19 de março de 2012

Erro no Reconhecimento




Um engano durante o reconhecimento de um corpo achado na BR-020 causa sérios transtornos na vida de um homem


António Rodrigues Mathias, 44, "apareceu" vivo em casa depois que sua ex-mulher tinha reconhecido um corpo no Instituto Médico Legal como sendo de ´Zico´, como o ex-marido dela ficou conhecido nesta cidade.

A confusão começou depois que um corpo foi achado crivado de bala na saída de Maranguape, bem próximo da BR-020.

No IML, ele foi identificado com sendo de Antônio Rodrigues, nascido no dia 13 de junho de 1968.

"Ao ver o corpo no IML, minha ex-mulher achou que era eu e autorizou a liberação para sepultamento".

A liberação do corpo aconteceu no dia 16 de fevereiro de 2009, sob registro de número 397, do setor de necropsia do Instituto Médico Legal, numa declaração de óbito.

A guia de sepultamento de Antônio Rodrigues Mathias , aconteceu no dia 16 de fevereiro de 2009, por volta de 9 horas.

De acordo com o documento, ele havia falecido no dia 13 de fevereiro de 2009 e foi sepultado ao meio-dia, na quadra 79, sepultura 1.953, do Cemitério São Miguel de propriedade da Paróquia de São Francisco das Chagas.

Pela guia, a família pagou R$ 20,00.

Foi feito o velório com direito a despedida de amigos e familiares e depois o sepultamento.

A confusão tomou conta da família quando a filha de Antônio Rodrigues recebeu um telefonema do pai, onde ele perguntava se sua mãe havia providenciado uma quantia de R$ 150,00 para seus irmãos.

A verdade só veio à tona quando ´ chegou em casa no dia 16 de fevereiro de 2009 às 16 horas.

Ele disse na ocasião que tinha ido à cidade de Tejuçuoca trabalhar. 

Agora a luta é para saber quem foi enterrado em seu lugar.

Passados três anos, quer provar que está vivo e precisa recomeçar a sua vida.

O médico do Instituto Médico Legal, disse que a exumação do corpo que se encontra enterrado em Canindé só poderá acontecer após o pedido feito pela Delegacia Regional de Polícia Civil da cidade, ser aceito pela Justiça.

"Após esse procedimento, aí sim, iremos começar a preparar o processo de exumação", disse.

Já a delegada Regional de Polícia Civil de Canindé, disse não conhecer a história, porque na época não era a delegada de Canindé, mas que está disposta a ouvir a história do homem que tenta provar que está vivo.

O procurador do Município de Canindé, informa que, o primeiro passo para solucionar o caso será pedir à Justiça a anulação da certidão de óbito e, em seguida, uma indenização por danos morais e pelos constrangimentos que António Rodrigues tem passado.

"Queremos saber como o corpo foi liberado, se houve exame de necropsia e o que levou o IML ao sepultamento do corpo. 
Como se deu esta liberação? Foi através de um documento ou apenas, por reconhecimento pessoal?", indagou

Enquanto não se chega a uma decisão, vai vivendo uma difícil realidade.

Quando alguém o reconhece nas ruas, logo, ele é chamado de morto vivo.

"Não tenho mais nada, perdi tudo", desabafou.

Daqui.