As impressões palmares são frequentemente deixadas no
local do crime e podem ser comparadas com as impressões palmares recolhidas aos
suspeitos.
Se ocorrer um HIT significa que, de fato, o suspeito
esteve presente no local.
E que se não houver suspeita? Nada que se compare com a
impressão palmar encontrada no local?
Aqui uma descrição do autor do crime pode ser muito
útil.
Mas o que pode uma impressão palmar dizer sobre o que
a aparência da pessoa?
Um estudo recente do antropologista forense, Professor
Daniel Franklin realizado na universidade de Western Austrália sugere que a
partir da impressão palmar pode ser estimado o sexo e a estatura da pessoa.
A técnica funda-se no facto de pessoas mais altas e
homens tendem a ter mãos maiores do que as pessoas mais baixas e as mulheres.
Pode ter utilidade para reduzir o número de suspeitos
e orientar as linhas de investigação.
Isto relembra-nos o tempo da Antropometria ou
Bertillonage como era designado.
No final do século XIX, as impressões digitais ainda
não tinham completamente admitidas e a Bertillonage era o método padrão de
identificação humana na investigação criminal.
Antropometria é o estudo das medições do corpo humano
para fins de classificação antropológica e comparação.
Dito de outra forma, é a catalogação das medidas do
corpo humano para comparar indivíduos entre si.
Alphonse Bertilon, da polícia
francesa, acreditava que, a partir dos 20 anos de idade, o esqueleto humano não
se alterava em tamanho e que as medidas de cada pessoa eram únicas.
Acreditava também que
as pessoas podiam ser diferenciadas entre si por medições estratégicas, como a
estatura, a distância entre o assento e a cabeça, o diâmetro da cabeça, o
comprimento da orelha direita, o comprimento do dedo auricular da mão esquerda
e outras medições.
Ele desenvolveu um
sistema de medições do corpo que se
tornou conhecido como Bertillonage.
De acordo com Bertillon
a probabilidade de duas pessoas terem as mesmas medidas eram de 286 milhões
para um.
O seu maior sucesso foi em Fevereiro de 1883, quando procedeu às medições de um criminoso e as comparou com as medições de outros criminosos já registados.
Descobriu que as medidas eram idênticas às de um criminoso que constava com outra identidade.
O individuo confessou que era a mesma pessoa.
Durante vários anos este sistema foi internacionalmente aceite, mas no início do século XX, as falhas do sistema tornaram-se visíveis.
As medições eram pouco exatas e variavam de
acordo com o observador porque as medidas recolhidas à mesma pessoa eram
diferentes quando recolhidas por pessoas diferentes. Além disso, quando se
tratava de pessoas diferentes com medidas aproximadas o sistema não possuía a
precisão necessária para as individualizar.
O golpe fatal para a Bertillonage ocorreu com o
famoso caso do Will West.
Embora seja um marco histórico muito relevante, o
caso de Will West foi uma coincidência.
No dia 1 de Maio de 1903, Will West deu entrada
na prisão de Leavenworth, onde o funcionário que tratava dos registos o achou
familiar.
Will afirmou nunca ter estado preso.
Os dados antropométricos foram recolhidos e
verificou-se que as medições efetuadas se identificavam com as de um individuo
chamado William West e que ali se encontrava preso.
Os dois homens eram muito parecidos e afirmaram
que não se conheciam e qua não eram irmãos.
Foram-lhes recolhidas as impressões digitais que
foram utilizadas para os distinguir.
Após este caso a prisão de Leavenworth abandonou
a antropometria como método de identificação dos presos e foi substituída pelas
impressões digitais.
Um mês depois a cadeia de Sing Sing adoptou o
mesmo procedimento.
Em 1980, um relatório publicado no in The
Journal of Police Science and Administration defende que o caso de Will West e William
West não se tratava de uma simples coincidência e defende que provavelmente
eles eram gémeos.
As impressões digitais tinham configurações com muitas semelhanças e
que as configurações das suas orelhas eram quase idênticas.
Revelou ainda que cada um dos homens tinha
escrito cartas ao mesmo irmão, às mesmas cinco irmãs e ao mesmo tio.
Will West e William West negaram qualquer
parentesco.
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