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sábado, 26 de maio de 2012

Do Velho se faz Novo




As impressões palmares são frequentemente deixadas no local do crime e podem ser comparadas com as impressões palmares recolhidas aos suspeitos.

Se ocorrer um HIT significa que, de fato, o suspeito esteve presente no local.

E que se não houver suspeita? Nada que se compare com a impressão palmar encontrada no local?

Aqui uma descrição do autor do crime pode ser muito útil.

Mas o que pode uma impressão palmar dizer sobre o que a aparência da pessoa?

Um estudo recente do antropologista forense, Professor Daniel Franklin realizado na universidade de Western Austrália sugere que a partir da impressão palmar pode ser estimado o sexo e a estatura da pessoa.

A técnica funda-se no facto de pessoas mais altas e homens tendem a ter mãos maiores do que as pessoas mais baixas e as mulheres.

Pode ter utilidade para reduzir o número de suspeitos e orientar as linhas de investigação.

Isto relembra-nos o tempo da Antropometria ou Bertillonage como era designado.

No final do século XIX, as impressões digitais ainda não tinham completamente admitidas e a Bertillonage era o método padrão de identificação humana na investigação criminal.
Antropometria é o estudo das medições do corpo humano para fins de classificação antropológica e comparação.

Dito de outra forma, é a catalogação das medidas do corpo humano para comparar indivíduos entre si.



Alphonse Bertilon, da polícia francesa, acreditava que, a partir dos 20 anos de idade, o esqueleto humano não se alterava em tamanho e que as medidas de cada pessoa eram únicas.

Acreditava também que as pessoas podiam ser diferenciadas entre si por medições estratégicas, como a estatura, a distância entre o assento e a cabeça, o diâmetro da cabeça, o comprimento da orelha direita, o comprimento do dedo auricular da mão esquerda e outras medições.

Ele desenvolveu um sistema de medições do corpo  que se tornou conhecido como Bertillonage.

De acordo com Bertillon a probabilidade de duas pessoas terem as mesmas medidas eram de 286 milhões para um.




O seu maior sucesso foi em Fevereiro de 1883, quando procedeu às medições de um criminoso e as comparou com as medições de outros criminosos já registados.

Descobriu que as medidas eram idênticas às de um criminoso que constava com outra identidade.

O individuo confessou que era a mesma pessoa.

Durante vários anos este sistema foi internacionalmente aceite, mas no início do século XX, as falhas do sistema tornaram-se visíveis.

As medições eram pouco exatas e variavam de acordo com o observador porque as medidas recolhidas à mesma pessoa eram diferentes quando recolhidas por pessoas diferentes. Além disso, quando se tratava de pessoas diferentes com medidas aproximadas o sistema não possuía a precisão necessária para as individualizar.

O golpe fatal para a Bertillonage ocorreu com o famoso caso do Will West.

Embora seja um marco histórico muito relevante, o caso de Will West foi uma coincidência.

No dia 1 de Maio de 1903, Will West deu entrada na prisão de Leavenworth, onde o funcionário que tratava dos registos o achou familiar.

Will afirmou nunca ter estado preso.

Os dados antropométricos foram recolhidos e verificou-se que as medições efetuadas se identificavam com as de um individuo chamado William West e que ali se encontrava preso.

Os dois homens eram muito parecidos e afirmaram que não se conheciam e qua não eram irmãos.

Foram-lhes recolhidas as impressões digitais que foram utilizadas para os distinguir.

 

Após este caso a prisão de Leavenworth abandonou a antropometria como método de identificação dos presos e foi substituída pelas impressões digitais.

Um mês depois a cadeia de Sing Sing adoptou o mesmo procedimento.

Em 1980, um relatório publicado no in The Journal of Police Science and Administration defende que o caso de Will West e William West não se tratava de uma simples coincidência e defende que provavelmente eles eram gémeos.

As impressões digitais tinham configurações com muitas semelhanças e que as configurações das suas orelhas eram quase idênticas.

Revelou ainda que cada um dos homens tinha escrito cartas ao mesmo irmão, às mesmas cinco irmãs e ao mesmo tio.

Will West e William West negaram qualquer parentesco.



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