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domingo, 29 de julho de 2012

O Efeito do envelhecimento da amostra






Desde os primeiros dias das tecnologias de reconhecimento da íris, tem sido assumido que a íris é um dado biométrico "estável" ao longo da vida de uma pessoa.

" Uma recolha de amostra para a vida"

No entanto, nova pesquisa de Investigadores da Universidade de Notre Dame descobriu que o registo biométrico da íris é suscetível a um processo de envelhecimento que causa a degradação do desempenho da identificação biométrica com o passar do tempo.

A comunidade biométrica há muito tempo que aceitou que não existe um 'efeito modelo de envelhecimento " para o reconhecimento de íris, o que significa que, desde o momento de registo num sistema de reconhecimento de íris, as probabilidades de ocorrer um erro de falso negativo na correspondência permanecem constantes ao longo do tempo", afirmou Kevin Bowyer, da Universidade de Notre Dame.

Este aspeto  foi, por vezes, expresso comouma única recolha para a vida’.

Os resultados experimentais mostram que, na realidade, a taxa de falsos negativos aumenta com o tempo decorrido desde a recolha, o que significa que a ideia formada de uma única recolha para a vida é incorreta.

A taxa de falso positivo é a forma como muitas vezes o sistema diz que duas imagens são uma identificação quando na verdade elas são provenientes de pessoas diferentes.

A taxa de falso negativo é a forma como muitas vezes o sistema diz que duas imagens não são correspondentes quando na verdade elas são originadas pela mesma pessoa.

Bowyer observou que há várias razões que justificam a persistência dos equívocos sobre a estabilidade biométrica da íris.

Uma das razões é porque se acreditava que não existia o efeito de envelhecimento da amostra pelo que ninguém se preocupou em confirmar este conceito.

Por outro lado, apenas recentemente os investigadores tiveram acesso a bases de dados com amostras de íris recolhidas durante um período de tempo maior.

O efeito do envelhecimento da amostra foi igualmente referido noutro estudo muito recente.

No seu estudo, Boyer estudou as alterações ocorridas na amostra num período de três anos.

Foi assinalado que a íris já é utilizada em muitos aeroportos e em controlos de fronteiras, incluindo os aeroportos de Londres e de Amesterdão e o controlo de fronteiras nos Emirados Árabes Unidos e que provavelmente a sua maior aplicação ocorre na Índia, que já procedeu a recolhas de íris a mais pessoas do que as que vivem no Reino Unido.

Apesar dos resultados obtidos, Boyer não os considera como sendo negativos para as tecnologias de reconhecimento da íris.

Não encaro estes resultados como um grande problema para o crescimento dos sistemas de segurança.

Quando admitirem que existe um efeito de envelhecimento nas amostras recolhidas, haverá certamente uma forma de solucionar o problema.

Uma possibilidade é estabelecer intervalos para novas recolhas das amostras.

Outra possibilidade é proceder a nova recolha sempre que uma pessoa seja reconhecida.

Finalmente, dentro de algum tempo, os investigadores deverão desenvolver novas metodologias de recolha que impeçam os efeitos que actualmente existem.

Esta questão do envelhecimento da amostra da íris só é um problema para aqueles que, por alguma razão, se recusam a aceitar que o efeito existe.

Daqui.