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domingo, 7 de outubro de 2012

A Crise nos Laboratórios Forenses

 


Este ano, até ao momento, auditorias forenses detectaram problemas sérios no controlo de qualidade dos laboratórios forenses em todo o estado de Michigan, St. Paul, Minnesota, Houston, Texas, Raleigh, North Carolina, Los Angeles, California, e Boston, Massachusetts.

Nos últimos anos, dezenas de laboratórios forenses de todo o país perderam a acreditação ou foram fechados.

Existiram problemas graves nas unidades de análise de drogas de abuso e noutros campos da toxicologia forense.  na análise de ADN, no processamento de vestígios lofoscópicos e na identificação balistica.

Embora alguns cortes financeiros tenham afectado o policiamento de proximidade, as equipas SWAT, ou programas anti-terrorismo e de combate ao tráfico de droga, os laboratórios forenses foi quem mais sofreu com a austeridade.

A falta de financiamento adequado dos laboratórios forenses teve como resultado a falta de meios humanos, uma formação profissional mitigada, a deterioração das instalações e dos equipamentos e o “aligeiramento” da supervisão administrativa.

Com trabalho excessivo e muitas vezes sem qualificação profissional adequada, os profissionais dos laboratórios produziram resultados cientificamente pouco fiáveis e que colocaram dezenas de milhares de casos criminais em risco.

Acresce que, virtualmente, todos os laboratórios forenses no pais se encontram com pendências as quais provocam uma significativa erosão nos serviços de investigação criminal.

A prova material é recolhida, mas a sua análise é um problema.

Enquanto são aguardados os resultados das análises forenses, os criminosos permanecem em liberdade e cometem mais crimes.

Há laboratórios forenses que foram encerrados porque os seus peritos foram apanhados a “atalhar” os processos de análise, mentiram em julgamento e cometeram erros no manuseamento da prova e dos objectos.

Os serviços de investigação criminal tornaram-se menos produtivos.

No Massachussetts, em 30 de Agosto de 2012, após a revelação de que uma especialista tinha deliberadamente manipulado as provas, e que as regras estabelecidas não tinham sido cumpridas, o laboratório forense foi encerrado.

Esta especialista, entre 2003  e 2012, tratou mais de 50.000 amostras de drogas de abuso referentes a 34.000 individuos suspeitos.

Agora, todos esses processos criminais estão em risco.

Este caso demonstra a extensão e gravidade dos danos que um único perito pode causar.

Demonstra igualmente, os efeitos de um sistema de justiça penal grosseiramente desequilibrado.

O estado gasta uma grande quantidade de dinheiro para detectar os traficantes de droga e os seus clientes consumidores, o que vai sobrecarregar os laboratórios forenses que estão subfinanciados.

Enquanto as séries de televisão como o CSI criaram enormes espectativas entre a população, a investigação criminal norte-americana, como hoje é praticada, está a tornar-se menos cientifica e mais militarista.

Na relativamente curta história da ciencia forense americana, a época de ouro ficou para trás e o futuro parece um deserto.