Fingir a própria morte é um velho truque. Até há filmes sobre o assunto. Convém, obviamente, não esquecer algumas precauções, caso se pretenda que a coisa resulte.
Entre essas precauções: não colocar as impressões digitais do morto na certidão de óbito.
Um cidadão britânico de origem equatoriana aprendeu isso à sua custa quando há semanas foi preso na Austrália. Ele e a mulher tinham já recebido mais de cem mil libras só da indemnização por morte que a HMV, a companhia onde ele trabalhava, pagou à 'viúva'.
Além disso, tinham começado a cobrar pagamentos de vários seguros de vida. No total, a fraude -- a ser totalmente bem sucedida -- ultrapassaria o milhão de libras.
Foi em 2004 que o web designer Hugo Sanchez e a sua mulher Sophie resolveram adoptar uma solução audaciosa para as dívidas em que e encontravam atolados.
O plano foi posto em prática em Janeiro do ano seguinte. Sophie disse à HMV que o marido tinha morrido durante umas férias no Equador. A companhia pagou-lhe a viagem para ela assistir ao funeral
De regresso a Inglaterra, ela apresentou uma certidão de óbito e um certificado de cremação. Cumpridas os trâmites, passou a cobrar.
Em 2007. no entanto, um detective ao serviço das companhias de seguros concluiu -- baseado em testemunhos de amigos e familiares de Hugo Sanchez -- que o homem se encontrava a viver na Costa Rica em grande estilo.
Isso levou a investigações mais profundas, e à descoberta de que numa das certidões de óbito havia as impressões digitais de Sanchez.
O casal pôs-se em fuga. A primeira a ser apanhada foi a mulher, presa quando voltou ao país para assistir ao casamento da irmã. Confessou tudo, aceitou devolver o dinheiro recebido e foi condenada a dois anos.
Faltava o 'morto'. Descoberto na Austrália, onde vivia com os quatro filhos do casal, será proximamente extraditado para o Reino Unido. E enfrenta uma longa pena.
De certo modo, é toda uma vida nova para ele.
Aqui: Expresso