Em Dezembro de 1971, John List assassinou a sua mãe de 83 anos, a mulher e os três filhos adolescentes, alegadamente para os poupar à humilhação da sua inevitável falência.
Desaparecido após o crime, inicialmente foi assumido que List se teria suicidado.
Quando o seu carro foi encontrado no Aeroporto JFK em Nova Iorque e se apurou que no dia dos assassinatos ele tinha levantado 2000 dólares da conta da mãe, foi iniciada uma caça ao homem de costa a costa dos EUA no sentido de o localizar e capturar.
Durante 16 anos, encontrar o assassino foi tarefa infrutífera para a polícia.
Quando foi anunciado que um software recentemente inventado permitia reproduzir os efeitos do envelhecimento, a polícia decidiu recorrer a esta tecnologia
Mas, antes de o utilizar, a Polícia foi consultado um especialista forense que traçou o perfil psicológico do fugitivo para que os efeitos do seu novo estilo de vida pudessem ser inseridos e considerados pelo programa informático.
O Especialista considerou que as crenças religiosas de John List o teriam impedido de recorrer a cirurgia plástica e que estaria mais inclinado para viver com uma alimentação essencialmente composta pelos alimentos básicos. Esta informação, conjugada com o conhecimento do seu desagrado quanto à prática de exercício físico, teriam dado origem a um aspecto descuidado e uma aparência consideravelmente mais velha do que a sua verdadeira idade.
Após a digitalização da última fotografia de que se tinha conhecimento, a imagem foi manipulada digitalmente para simular os efeitos do envelhecimento, da fraca alimentação e da falta de exercício. Um tom de pele pálido e uma linha recuada de cabelo grisalho foram complementados com a colocação de uns óculos com aros grossos porquanto o perfil traçado indicava que a sua natureza conservadora e a consciência de quanto o dinheiro custa a ganhar o encorajariam a usar.
Quando concluído, o retrato obtido foi transmitido num episódio do programa televisivo America’s Most Wanted, dando origem a uma enxurrada de telefonemas, inclusivamente o de uma senhora que identificou aquela pessoa como sendo o seu ex-vizinho Bob Clark.
Este indivíduo foi interrogado e não obstante os seus protestos e negações, as suas impressões digitais provaram sem sombra de dúvida que Bob Clark era na realidade John List.
Vinte anos depois de ter assassinado a sua família e se ter calmamente estabelecido em Denver no Colorado, para começar uma nova família, John List foi sentenciado com a pena de prisão perpétua.
Paul Roland
