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sábado, 18 de fevereiro de 2012

Conferência sobre “Criminalidade violenta organizada”, realizada na Universidade Lusíada


Uma investigação centralizada e focada na deteção e captura das associações criminosas é a resposta sugerida por Luís Neves, diretor da Unidade Nacional de Contraterrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária, partilhada também pelo procurador da República Carlos Pacheco Pereira, o outro orador do evento.

O diretor da PJ vê como resposta contra a expansão do crime violento organizado uma “focalização da investigação criminal não apenas no caso concreto, no crime participado, mas visando o todo da estrutura criminosa”.

As “estruturas repressivas do crime organizado” assevera, “têm de ser afoitas e corajosas e agir por antecipação. Uma vez sinalizada uma organização criminosa não se pode largar mais, todas as suas ramificações, até ficar ‘desfeita’”.

Os fatores decisivos para o sucesso de investigações pró-activas passam pela “centralização das investigações e concentração de meios”.

O professor de Direito Penal da Lusíada, Pedro Salreu, promotor da conferência, salienta a “necessidade de colaboração entre o Ministério Público e as polícias e entre as próprias polícias”, questionando ainda “se o modelo mais adequado não será o de uma polícia única de investigação”.

CRIME ORGANIZADO

TIPOS DE GRUPO
As estruturas criminosas dividem-se em grupos de crime organizado locais, estrangeiros e gangues de rua.
Pela primeira vez, no último relatório da Europol, de 2010, foi chamada a atenção para estes últimos.

Segundo o procurador da República da Comarca de Loures, estes grupos violentos são neste momento uma das maiores preocupações das autoridades.

CARACTERÍSTICAS
Uma forte capacidade de mobilidade, uma implantação em vários zonas de um país e em vários países, rapidez de ação e grande agilidade, um forte pendor para a violência, uma grande flexibilidade para atuar em vários tipos de crime e uma grande capacidade de adaptação e a utilização de tecnologia de ponta, são as principais características que distinguem as associações criminosas, segundo a PJ.
 
FLUXOS
Os principais “roteiros” da criminalidade organizada a passar por Portugal são o tráfico de droga (África Ocidental), imigração ilegal (Mediterrâneo e Norte de África), tráfico de seres humanos (Leste), droga sintética, grupos itinerantes, criminalidade dos Balcãs.



Valentina Marcelino | Diário de Notícias | 16-02-2012