Na passada sexta-feira, o supremo tribunal de Nebrasca confirmou a condenação de um CSI que foi preso por adulteração de provas num caso
de duplo homicídio.
O CSI, David Kofoed, tinha requerido um novo
julgamento, argumentando, entre outras coisas, que o juiz deveria ter pedido
escusa para o julgamento.
Kofoed afirmou que só depois de ter sido julgado
é que tinha tido conhecimento de que um primo do juiz era um agente policial
que tinha apoiado um outro funcionário que tinha sido crítico de Kofoed.
Mas o tribunal decidiu “ninguém razoável teria questionado a imparcialidade do julgamento por
esses motivos”.
Outro argumento foi que o tribunal tinha errado
ao permitir provas relacionadas com a adulteração de provas de ADN, de um outro
caso anteriormente tratado por Kofoed.
Mas o Supremo suportou o tribunal de julgamento
ao reconhecer haver várias semelhanças entre o caso de duplo homicídio de 2006
em que Kofoed foi condenado e a investigação do homicídio de uma criança de 4
anos ocorrida em 2003.
Em ambos os casos houve confissões de suspeitos e
não havia provas materiais até Kofoed ter encontrado manchas de sangue não referidas
anteriormente.
“Simplesmente,
Kofoed, como o primeiro a custodiar a prova, era a raposa a guardar o galinheiro”
afirmou o tribunal.
“Concluímos
que o tribunal de julgamento não errou na conclusão que a prova existente era
suficiente para provar que em 2003, Kofoed tinha falsificado a prova material”.
Em 2010, Kofoed foi condenado a pena de prisão
entre 20 meses e quatro anos por adulteração de prova material na investigação
de um duplo homicídio.
Os acusados, dois homens erradamente acusados
pelo crime, ocorrido em 2006, passaram vários meses na prisão antes de serem
ilibados.
Os procuradores afirmaram que Kofoed tinha “plantado”
sangue de uma das vitimas num veículo relacionado com os acusados.
Inicialmente um deles confessou o crime, mas
rapidamente se retratou e o seu advogado afirmou que a confissão tinha sido
coercivamente obtida.
Kofoed localizou o sangue depois do individuo ter
negado a autoria do crime.
O sangue era a única prova material que
relacionava os dois homens ao crime.
Um casal de Wisconsin confessou ter cometido este
crime e estão presos.
No julgamento a que foi submetido, Kofoed manteve
que tinha ocorrido uma contaminação acidental mas admitiu que qualquer outra
pessoa podia ter “plantado” aquela prova.
“O veículo
tinha sido examinado e não tinha sido recolhida qualquer amostra para exame de ADN
e não foi solicitado nenhum exame adicional. Ninguém, a não ser Kofoed, sabia
que ele tinha pesquisado e localizado uma amostra num local obscuro do veículo”.
O advogado de Kofoed afirmou que, depois da
posição do Tribunal, as hipóteses do seu cliente limpar o nome são escassas,
restando-lhe apenas afirmar que o seu advogado foi ineficaz durante o processo.
“Como
advogado de defesa, não ficaria incomodado se ele me dissesse que gostaria que
outro advogado visse o processo para verificar se foi cometido algum erro”.
Kofoed vai cumprir o que resta da pena num
programa de reabilitação, o que lhe permite viver em casa da mãe, de onde apenas
pode sair para ir trabalhar. O advogado recusou informar onde Kofoed trabalha.