O Inquérito foi ordenado após uma ex-polícia ter sido acusada de perjúrio quando um vestígio lofoscópico encontrado num local de crime de homicídio foi erradamente identificado com ela.
Tom Nelson, diretor dos serviços forenses do Scottish Police Services Authority (SPSA) pediu publicamente desculpa a Shirley McKie e sua família pelos erros cometidos e o sofrimento que lhes foi causado.
Mr. Nelson afirmou que o relatório do inquérito desafia a infalibilidade da prova lofoscópica e acrescentou “Nós aceitamos que este caso implicará uma enorme mudança cultural para os lofoscopistas em todo o mundo”.
O Presidente da comissão de inquérito, Sir Anthony Campbell, concluiu que a prova lofoscópica deveria ser “reconhecida como opinião e não como facto”.
Antigo juiz, Sir Anthony disse que o vestígio em causa tinha sido erradamente identificado com a impressão digital de Mrs. Mckie.
Afirmou ainda que um vestígio recolhido em casa de David Asbury, que foi condenado e posteriormente ilibado pela prática deste homicídio, tinha igualmente sido erradamente identificado como sendo produzido pela vítima, Miss Ross.
Mas as conclusões do inquérito apontam exclusivamente para “erro humano” afastando a possibilidade de ter havido perseguição da polícia a Shirley Mckie.
Sir Anthony recomendou procedimentos especiais para a comparação e identificação de vestígios lofoscópicos complexos, recomendando que deveriam ser analisados por três peritos, de forma independente e que deverão ficar descritas as observações obtidas e cada fase do processo comparativo.
Os lPeritos de Lofoscopia “desempenham um trabalho importante, difícil e por vezes complexo e as recomendações foram definidas para auxiliar os peritos nesse desafio”
Hugh Macpherson, Charles Stewart, Fiona McBride e Anthony McKenna foram os peritos que cometeram o erro e afirmaram “estar muito desapontados com algumas das conclusões do inquérito”
O SPSA aceitou na íntegra todas as conclusões e recomendações do inquérito.
O SPSA vai elaborar um plano que permita introduzir as melhorias necessárias e, em linha com as conclusões do inquérito, em Janeiro vai introduzir uma nova abordagem na análise dos vestígios complexos.
O pai de Shirley Mckie, congratulou-se com o pedido formal de desculpas, “Ele pediu desculpa pelos erros cometidos no passado. Foi muito importante porque foi a primeira vez que ouvimos alguém lamentar”
“Nenhum pai pode ficar impávido quando vê a sua filha a ser agredida e abusada, porque foi isso que o sistema fez a Shirley”